domingo, 23 de maio de 2010

Sentido aleátorio...


As veses me pergunto se estamos realmente sozinhos nessa esfera! Peguei meu cigarro, sentei a mesa tomando meu café.
Do outro lado da mesa estava eu sentado me perguntando:
-Ei rapaz, que horas são?

Não soube responder pois estava diante da minha pessoa! Seria ilusão ou simplesmente a insônia que me consumia a horas?

Novamente sou indagado:
-Ei rapaz, perguntei-lhe as horas! Estou atrasado para um compromisso!
-Mas que compromisso seria esse? - Perguntei a figura
-Com minha consciencia!
-Sua consciencia? Você quer dizer, minha consciencia certo?
-Errado, somos independentes, você é um e eu sou outro. O seu lado que você esconde das pessoas!
Surpreso com isso, porem curioso perguntei:

- Mas se somos tão diferentes, porque ao meus olhos somos iguais? A essencia é a mesma!
-Errado! - Ele disse - A essencia nada mais é que que a ilusão daquilo que simplesmente não se é!
Fiquei confuso, pois o que ele dizia pra mim não fazia sentido algum. Eis que ele diz algo que fez sentido.
- A minha essencia é de dor, de sofrimento, de alegria e de paixao! A sua simplesmente camuflada em meio a inquietude do mundo e das pessoas que o cercam! Você não passa de um bebê chorao!
Minha insônia me consumia, e minha loucura a cada tragada e a cafeina fazia aquilo ser cada vez mais real e intenso no escuro da noite.
- Quer um cigarro? - eu indaguei - Relaxa, ja que você parece estar com raiva de tudo e de todos.

- E não deveria estar? Todos esses anos sendo sufocado por uma angustia desnecessaria e completamente pueril! Você se tornou uma pessoa fraca e sem objetivo algum! - entre essas palavras ele acende o cigarro e na primeira tragada diz - Tristes somos nós que ao invés de viver, ficamos acomodados em nossa pequena fortaleza!

A noite se passa, e não chegamos a um acordo. Pois o meu eu tenta me convencer que o passado ainda me julga, e que meu tempo esta se esgotando.

- O que você fez hoje por você - ele me pergunta - quantas veses você olhou no espelho e se perguntou "porque ainda estamos assim?".
- Devo estar louco, são quatro horas da manhã e estou tendo uma conversa sem sentido comigo!

- Não é loucura, e sim um debate franco que podemos ter! Quantas veses ja conversei com você nesses anos? E você me ouviu? De maneira alguma! Pensou que a vida que tinha era a verdadeira, mas você se deparou com um muro e tudo mudou!

Ja estava no meu quarto cigarro, e cada tragada me questionava se minhas atitudes estavam sendo coerentes com meu eu verdadeiro. Estava cansado. Meus olhos já estavam pesados e minha visão ofuscada pela fumaça de meu cigarro.
-Mas afinal, o que você pretende com isso? - até então essa conversa comigo não surtira efeito e nao possuia um sentido claro.
- Estou aqui pra mostrar que se continuar da forma que esta, sera como eu! Um alguem que não tem vida e3 simplesmente espera a morte no dia seguinte.
- Todos espramos a morte - disse - pois a unica certeza que temos.
- Muitos esperam a morte sentadas, outros esperam a morte de modo produtivo, o que você não está fazendo.

Suas palavavras no decorrer da madrugada esclareciam minhas idéias, e que eu deveria tomar alguma atitude. Meu cigarro acabara, e já nao tenho mais motivo para ficar ali.
Estou pensando, cabisbaixo e me perco em pensamentos que me fazem pensar em um sentido para a vida.
São sete horas da manhã. Havia adormecido. Meu eu já nao esta sentado à mesa. Nela esta minha mãe que me da bom dia.

Sera um sonho que tive? Efeito do ácido lisérgico? Uma conversa tão franca mas ao mesmo tempo sem sentido algum. Ainda sento-me a mesa esperando que eu retorne.
Acredito que ele tenha buscado alguma ajuda psiquiatrica. Talvez encontrou um alguem para compartilhar suas felicidades e superar suas tristezas.
Mas mesmo assim sinto saudade daquele cara, que na madrugada fria me confortou com palavras frígidas e grosseiras...


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